
O cloreto de magnésio é um dos minerais mais importantes que temos no organismo. Ele está presente em grande quantidade em nosso corpo e participa de mais de 300 processos diferentes, incluindo a produção de energia e a fabricação de substâncias químicas importantes para o funcionamento do cérebro.
Recentemente, os pesquisadores descobriram que este mineral pode ter um papel especial na melhoria da qualidade do sono, o que é uma notícia muito interessante para quem sofre com noites mal dormidas.
O problema da insônia
As dificuldades relacionadas ao sono, seja para conseguir adormecer ou para ter um descanso verdadeiramente restaurador, são bem mais frequentes na população do que a maioria das pessoas acredita.
Entre pessoas com mais de 60 anos, cerca de 40% a 50% enfrentam problemas de insônia. E isso não é apenas uma questão de descanso: quando os idosos não dormem bem, podem ter problemas de memória, reflexos mais lentos, maior risco de quedas e até mesmo problemas cognitivos mais sérios.
O grande dilema é que os remédios tradicionais para insônia, especialmente para pessoas mais velhas, podem trazer mais problemas do que soluções. Muitos idosos acabam dependendo desses medicamentos por longos períodos, o que pode ser perigoso.
Como o cloreto de magnésio pode ajudar no sono
O magnésio funciona de uma forma bem interessante no nosso cérebro. Ele atua em dois sistemas importantes que controlam o sono:
Age como um “freio natural” em receptores que deixam o cérebro muito ativo
Estimula substâncias que promovem o relaxamento e a calma
Ajuda na comunicação entre as células nervosas
Regula a excitação do sistema nervoso
O problema é que muitas pessoas, especialmente os idosos, não consomem magnésio suficiente. Isso pode acontecer por comer pouco do mineral, ter dificuldade para absorvê-lo ou por mudanças no metabolismo que ocorrem com a idade.
O que a ciência descobriu
Um estudo recém divulgado no Journal of Research in Medical Sciences acompanhou 46 pessoas idosas (entre 60 e 75 anos) que tinham insônia e consumiam pouco magnésio na alimentação. Metade do grupo tomou suplemento de magnésio (500mg por dia) e a outra metade tomou um placebo (substância sem efeito) por 8 semanas.
Os pesquisadores mediram tanto aspectos subjetivos (como as pessoas se sentiam em relação ao sono) quanto objetivos (exames de sangue e hormônios relacionados ao sono).
Os resultados foram impressionantes:
Melhorias no sono:
As pessoas dormiam por mais tempo
A qualidade do sono melhorou significativamente
Ficou mais fácil pegar no sono
Diminuiu a sensação de insônia
Houve menos tendência de acordar muito cedo
Mudanças no organismo:
Aumento nos níveis de melatonina (hormônio do sono)
Aumento da renina (substância importante para regular o sono)
Diminuição do cortisol (hormônio do estresse)
O que isso significa na prática
Os resultados mostram que mesmo sem grandes mudanças nos níveis de magnésio no sangue, as pessoas tiveram uma melhoria real na qualidade do sono. Isso sugere que o magnésio realmente pode ser um aliado valioso para quem tem dificuldades para dormir. O mais interessante é que não se trata apenas de dormir mais horas, mas de ter um sono mais reparador e de melhor qualidade.
Uma alternativa natural e segura
Para pessoas idosas que sofrem com insônia, especialmente aquelas que querem evitar os riscos dos medicamentos tradicionais, o magnésio pode ser uma opção interessante a ser discutida com o médico.
Embora ainda não se saiba exatamente todos os mecanismos pelos quais o magnésio melhora o sono, sua capacidade de regular a atividade do sistema nervoso e influenciar os canais iônicos das células parece ser fundamental para esse efeito benéfico.
O cloreto de magnésio se apresenta como uma possibilidade terapêutica natural que pode beneficiar não apenas idosos, mas potencialmente qualquer pessoa que busque melhorar a qualidade do seu sono de forma mais segura e natural.