A cirurgia bariátrica é um procedimento médico adotado em pessoas com o grau mais severo de obesidade – o nível 3. Esse grau é atingido quando a pessoa possui Índice de Massa Corpórea (IMC) maior ou igual a 40 kg/m2. Nesses casos, o excesso de peso se torna um risco iminente à saúde e à vida do cidadão, razão pela qual a intervenção cirúrgica pode ser indicada.
No Brasil, quatro procedimentos são regulamentados pelo Conselho Federal de Medicina. E quais são as diferenças entre os tipos de cirurgia bariátrica? Vamos entender melhor a seguir:
Banda Gástrica Ajustável
Esse procedimento pouco invasivo consiste na inserção de um dispositivo de silicone no início do estômago, que permite a injeção de água destilada para apertar o esvaziar o órgão. Tem como vantagens a possibilidade de reversibilidade e de adaptação a cada caso e realidade.
Gastrectomia vertical
Mais conhecido, esse modelo prevê a remoção de até 85% do estômago, provocando um estreitamento do órgão. Sem comprometer a absorção de nutrientes essenciais, o processo artificializa a sensação de saciedade, inibindo o apetite.
Derivação bileopancreática
A DBP promove a retirada de parte do estômago (gastrectomia vertical) associada ao desvio intestinal. Dessa forma, o alimento digerido e os sucos digestivos percorrem trajetos diferentes, encontrando-se somente ao final do processo digestivo. O resultado da derivação bileopancreática é que a absorção de calorias ocorre apenas no final.
Gastroplastia em Y de Roux
Mais conhecido entre todos os procedimentos, reduz a capacidade do estômago do paciente a 10%, desviando a digestão dos alimentos para a parte intermediária do intestino delgado e restringindo o apetite.
Todas as cirurgias são consideradas seguras, contanto que o pré-operatório seja rigorosamente acompanhado e os exames necessários estejam em ordem.
O acompanhamento da saúde mental é uma premissa indiscutível. A obesidade mórbida pode ter relação com componentes exclusivamente hormonais, mas muitas vezes pode decorrer de transtornos como ansiedade e compulsão alimentar. O entendimento sobre a melhor forma de tratar essa questão envolve uma equipe multidisciplinar e um olhar especializado para cada indivíduo. Por isso, o caminho até a mesa de cirurgia é longo e pode suscitar mais angústia.
Cuidar apenas da redução do estômago sem garantir o reequilíbrio emocional é um erro que pode custar a vida do paciente: mesmo que o apetite seja reduzido, se a compulsão não for tratada, o cidadão pode insistir em comer mais do que seu “novo estômago” pode suportar.
Embora a melhora do humor e da autoestima seja a consequência mais recorrente entre pacientes submetidos à bariátrica, estudos indicam que a supervisão do paciente no período entre seis e 12 meses após a cirurgia é essencial para detecção e tratamento de depressão.
Muitos pacientes não se sentem plenamente satisfeitos por uma série de razões: expectativas superestimadas com a melhora da aparência, nostalgia de poder comer tudo a toda hora, intolerância da família com as novas rotinas, ansiedade em realizar cirurgias complementares, entre outros fatores.
Por isso, o acompanhamento sistemático pós-bariátrica é essencial para o êxito do tratamento e da nova (e feliz!) vida do paciente.