Muitas mulheres sofrem com a candidíase vaginal. A infecção em alguns casos é recorrente (cerca de 4 vezes por ano) e provoca diversos sintomas prejudiciais à saúde feminina. A doença é causada pelo fungo Candida albicans, que já vive presente no organismo, porém quando ocorre algum desequilíbrio no sistema imunológico, esse fungo tende a se multiplicar ocasionando o surgimento da candidíase e interferindo na flora vaginal.
Quais os sintomas da candidíase vaginal?
A infecção atinge principalmente mulheres, mas também os homens e tem origem multifatorial. Isto é, ela é causada por um ou mais fatores que favorecem seu surgimento e proliferação dos fungos no órgão feminino. Os principais sintomas são:
- Coceira;
- Dor durante as relações;
- Ardência ao urinar;
- Vermelhidão na região genital;
- Corrimento branco e espesso, sem cheiro.
Quais as causas da candidíase vaginal?
Durante o diagnóstico serão investigados diversos fatores, inclusive o histórico da paciente. Entre os fatores mais frequentes para o aparecimento da infecção estão:
- Uso de antibióticos;
- Uso de anticoncepcionais;
- Gravidez;
- Diabetes;
- Uso de roupas apertadas;
- Problemas no sistema imunológico;
- Relação sexual sem proteção;
- Problemas com higiene;
- Estresse.
Como tratar?
O tratamento da candidíase vaginal inclui o uso de medicamentos antifúngicos, que são indicados para o uso tópico ou via administração oral, além das recomendações essenciais com a higiene íntima, como evitar o uso de lingeries de renda ou de materiais sintéticos, sabonetes e produtos perfumados na região que também podem favorecer a irritação e os sintomas desconfortantes na vagina e ao redor da vulva.
Diagnóstico
Para identificar a presença da infecção vaginal, é importante realizar um exame com um profissional de saúde, seja ele clínico geral ou ginecologista. A partir disso, será realizada a análise de sintomas e exame clínico do órgão genital.
Durante a consulta, o profissional avaliará os sintomas mencionados pela paciente, a recorrência e o histórico de saúde. Alguns exames abaixo também são capazes de contribuir para um diagnóstico mais preciso e descartar outros tipos de infecção.
Como é feito o diagnóstico laboratorial da candidíase?
Um dos exames mais indicados para o diagnóstico da candidíase é o Papanicolau. Nele, o médico fará uma coleta do tecido do canal vaginal e do colo do útero, por meio de uma leve raspagem, para encaminhar para a análise em laboratório.
Outro exame indicado é o teste de pH vaginal para identificar a saúde da vagina. Além dos exames de cultura, que retiram parte da secreção vaginal, e também testes sorológicos capazes de identificar a presença de fungos.
Quem está com candidíase pode ter relação sexual?
A candidíase vaginal não é considerada uma das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), porém ela pode ser transmitida durante as relações sexuais e por isso é essencial o uso de preservativos.
Apesar da infecção ser menos frequente nos homens, eles também contraem a infecção fúngica que atinge o pênis e tem sintomas bem semelhantes à candidíase feminina. Entre os sintomas mais frequentes estão a:
- Coceira;
- Dor ao urinar;
- Dores durante o ato sexual;
- Inchaço na região genital.
Quais doenças podem ser confundidas com a candidíase?
Os sintomas da infecção fúngica, em alguns casos, são confundidos com outras doenças sexualmente transmissíveis.
Clamídia – doença causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Seus sintomas se confundem com a candidíase por provocarem corrimento, dor ao urinar e dores abdominais. A doença, quando não tratada, pode causar complicações como a infertilidade e Doença Inflamatória Pélvica (DIP).
Gonorréia – transmitida por meio da bactéria Neisseria gonorrhoeae, os sintomas geralmente se manifestam com dores ao urinar, corrimento vaginal anormal, dores no abdômen e sangramento vaginal fora do período da menstruação. A doença pode evoluir para casos de infertilidade, gravidez ectópica (gestação fora do útero), doença inflamatória pélvica e no caso dos homens, inflamação nos testículos
Tricomoníase – o protozoário Trichomonas vaginalis é o responsável pela transmissão dessa doença e provoca sintomas muito semelhantes ao da candidíase, porém algumas pessoas não apresentam sinais da infecção. A doença precisa ser tratada, pois pode evoluir para o aparecimento de infecções do trato urinário e da pelve.
Vaginose bacteriana – surge após um desequilíbrio das bactérias que vivem no órgão vaginal. Embora não seja uma IST, ela contribui para o surgimento de outras doenças e seus sintomas incluem corrimento com cheiro forte e coceira.
Vaginose citolítica – ocorre pela superprodução de lactobacilos na vagina que provoca o aumento do ácido lático no órgão, que pode causar a quebra das células epiteliais da parede vaginal e sintomas como coceira, corrimento, dor e cheiro semelhante ao de peixe no órgão genital.
Herpes – doença sexualmente transmissível provocada pelo vírus herpes simples (HSV) no qual existem dois tipos: o tipo 1 (HSV-1) e o tipo 2 (HSV-2), que é o mais comumente associado ao herpes genital. A doença provoca sintomas como dor, coceira e feridas ou bolhas na região genital. Não há cura para a doença, mas ela é controlada por meio de medicamentos antivirais e de uso via oral ou tópico.
O que não se pode comer quando se está com candidíase?
Alguns alimentos quando ingeridos favorecem a proliferação do fungo Candida albicans. Por isso, é essencial evitar alguns alimentos quando se está em tratamento da candidíase vaginal, entre eles, alimentos ricos em açúcar, carboidratos refinados, alimentos processados, laticínios e álcool.
Açúcar – o alimento é prejudicial, pois o fungo da candidíase se alimenta dele e seu consumo colabora para agravar a infecção.
Carboidratos refinados – elevam o açúcar do sangue contribuindo também para a piora do quadro.
Alimentos processados – contém aditivos que pioram a saúde intestinal e aumentam as chances de infecção fúngica.
Laticínios – contém lactose na sua composição e se transformam em açúcar quando ingeridos, agravando a infecção.
Álcool – desequilibra o pH da vagina e eleva o crescimento dos fungos, pois pode acidificar o sangue. Isso contribui para o aumento dos fungos, já que interfere no desequilíbrio do sistema imunológico e na capacidade do corpo absorver vitaminas e minerais.
Procure sempre o diagnóstico por meio de um profissional de saúde e trate o problema o quanto antes para que a candidíase vaginal não se intensifique.