Pintas no corpo: entenda a regra do ABCDE

Você é uma pessoa com muitas pintas no corpo? As pintas também são conhecidas pelo nome de sinais e atendem pelo termo médico como “nevos melanocíticos”. A maioria delas possui uma pigmentação marrom e são lesões benignas que se estendem por toda a pele e até mesmo no couro cabeludo. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), esses pequenos sinais irregulares surgem conforme a pré-disposição genética ou ainda devido à exposição solar. 

Por isso, é saudável que você tenha nevos melanocíticos, já os nevos displásicos são atípicos, apresentam irregularidades na pele e podem inclusive ter outros tons e indicar algum problema. 

Por que está aparecendo pintas no meu corpo?

Como já foi dito, o surgimento de pintas no corpo ocorre devido a uma pré-disposição genética para que elas apareçam. Portanto, se na sua família é comum as pessoas terem muitas pintas, provavelmente você também as terá. Outro fator decisivo para o crescimento das pintas é a exposição ao sol. Por isso, é essencial seguir a orientação do seu dermatologista com os horários indicados para se expor, além da recomendação de uso diário de filtro solar, óculos e chapéus para evitar o surgimento de novas pintas.

Regra do ABCDE das pintas 

Um dos métodos recomendados para ajudar no diagnóstico das pintas, sobretudo na análise de melanoma é a regra ABCDE. Entenda como funciona a seguir, segundo informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica

Assimetria: a pinta apresenta diferença em um dos lados.

Borda: a margem não é regular nas suas bordas.

Cores: a pinta não é uniforme e apresenta mais de uma coloração. 

Diâmetro: apresenta um tamanho maior que do que 5 mm (0,5 cm).

Evolução: desenvolvimento da pinta ou crescimento avançado. 

Quando se preocupar com pintas na pele?

As pintas merecem sua atenção quando são muito diferentes em algumas características, veja as principais:

Irregularidade

Geralmente, essas pintas possuem quase o mesmo tamanho. Por isso, é importante estar atento a um comportamento que foge a essa regra. Assim como no aspecto da coloração. 

Coceira e sangramento

São sintomas incomuns no surgimento das pintas: a coceira e o sangramento. Descartado qualquer corte ou acidente no contato físico, procure um dermatologista para o diagnóstico de sinais que tenham essas características. 

Quais são as pintas perigosas?

As pintas que merecem atenção são aquelas que sofrem alterações em pouco tempo, já que quando benignas elas tendem a não apresentar mudanças na cor e formato. A quantidade é outro fator que precisa de atenção, pois quando um paciente apresenta elevada quantidade de pintas pode haver uma pré-disposição para o surgimento de melanoma (um tipo de câncer de pele). 

Como saber se a pinta é benigna?

Para o diagnóstico correto de qualquer pinta, o primeiro passo é marcar uma consulta com o dermatologista. Após isso, alguns exames poderão ser solicitados, entre eles o mapeamento corporal, a dermatoscopia digital ou a biópsia. 

Mapeamento corporal 

Nesse exame, todo o corpo do paciente é fotografado visando diferenciar as pintas que são benignas e malignas. A avaliação será realizada com o apoio da dermatoscopia digital que usa um aparelho chamado dermatoscópio, capaz de avaliar o interior das pintas. 

Caso seja necessário, durante o exame é usada uma câmera digital a fim de armazenar as imagens e fazer futuras comparações quanto ao tamanho, cor e desenvolvimento das pintas.

Biópsia de pele

Esse exame consiste na retirada de uma pequena parte da pinta em que se deseja analisar profundamente, ele é rápido e realizado por meio de uma anestesia local. Esse tipo de exame é indicado quando as manchas apresentam mudanças na cor, tamanho e profundidade. A biópsia é uma avaliação fundamental para ser possível chegar ao diagnóstico de algumas doenças de pele. 

Tipos de biópsia de pele

Para ajudar no diagnóstico, existem diversos tipos de biópsia que serão usadas segundo o tamanho da lesão, aspecto, profundidade e outros. 

Biópsia por shaving ou tesoura

São usados um bisturi ou tesoura com pontas finas para exames em lesões superficiais, ou ainda lesões pediculadas ou papulosas, que possuem uma elevação na pele. 

Biópsia por curetagem 

Mesma técnica utilizada na biópsia com tesoura, mas pode prejudicar a avaliação, caso seja fragmentada a lesão que se deseja avaliar. 

Biópsia por punção

O exame é feito por meio de um cilindro que envolve a epiderme e a parte subcutânea e retira cuidadosamente uma pequena parte da pele para a análise.

Biópsia incisional 

Realizada com um bisturi que faz a retirada de uma pequena amostra de pele. 

Biópsia excecional

Retira toda a lesão na qual foi diagnosticada algum tipo de comprometimento da pele, sendo usada em vários tratamentos, entre eles grandes tumores.

Quais são os tipos de pintas?

Para entender melhor que tipo de pinta você tem e se é preciso se preocupar com ela, entenda quais são os principais tipos que podem surgir na pele.

Pintas simples

São aqueles que nascem com o indivíduo e não mudam de formato ou cor, conforme o tempo. Algumas apresentam cor marrom e, caso seja a vontade do paciente, podem ser retiradas por questões de estética.

Sardas

As sardas surgem com o indivíduo, e a exposição solar sem proteção pode fazer com que elas se multipliquem. 

Queratose actínica 

Lesões benignas na pele ocasionadas pela exposição ao sol. As manchas apresentam forma clara e escura nas áreas do corpo em que há maior contato com a luz do sol, e possuem aspecto avermelhado, com descamação e são mais rígidas.

Micoses

As micoses provocam pintas de cor esbranquiçada e são provocadas quando a pele entra em contato com fungos e quando o sistema imunológico está enfraquecido.

Fitofotomelanoses

Reação alérgica que ocasiona manchas escuras na pele devido ao contato com sucos de frutas ácidas, perfumes e até refrigerantes. 

Procure sempre a opinião do dermatologista para o diagnóstico correto de pintas e sinais, principalmente para a indicação de qualquer exame ou tratamento de pele.