Embora em declínio, a quantidade de fumantes no mundo ainda é muito expressiva: em torno de 1 bilhão de pessoas são tabagistas, segundo estudo da revista The Lancet (TEM O ANO DA PUBLI?). Para além das conhecidas doenças causadas pelo cigarro – enfisema e câncer de pulmão, por exemplo – muitos fatores emocionais de fundo podem impulsionar a dependência de nicotina ou até mesmo ser desencadeados pelo hábito de fumar.
Vícios e compulsões, em geral, podem dar a impressão de minimizar o sofrimento psicológico que a pessoa apresenta antes de adquirir a dependência.
O cigarro pode encobrir, por exemplo, um quadro agudo de ansiedade.
A nicotina presente no produto chega ao cérebro em menos de 10 segundos. É o tempo suficiente para que sejam liberados neurotransmissores que induzem uma resposta de prazer e saciedade.
Por isso é tão comum, entre fumantes, apelar para o cigarro para “acalmar” de alguma situação estressante. O problema é que essa resposta do Sistema Nervoso Central (SNC) dura pouco tempo, e logo a pessoa vai desejar fumar novamente. É esse o ciclo que faz do vício um problema tão difícil de ser contornado.
Embora a maioria dos fumantes comece a fumar de forma recreativa ou por curiosidade, a permanência no vício tem relação com a sensação artificial de bem-estar que a droga supostamente produz.
Artigos científicos apontam que o tabagismo tem relação ainda com outros transtornos, como a depressão, a esquizofrenia, o transtorno de pânico e as fobias.
Em geral, as milhares de substâncias tóxicas do tabaco provocam a diminuição dos sintomas de cada um desses transtornos, provocando, de novo, a falsa sensação de conforto.
E o cigarro provoca quais transtornos?
É importante observar que o cigarro não apenas encobre transtornos psicológicos, como também os provoca.
Isso mesmo:pesquisas acadêmicas demonstram que o tabagismo pode provocar os mesmos transtornos que ele supostamente ajuda a eliminar. Nesse sentido, a ansiedade e a síndrome do pânico, por exemplo, podem ser desencadeadas pelo uso excessivo do cigarro.
Isso acontece por conta do efeito extremamente curto das substâncias presentes no cigarro no Sistema Nervoso Central (SNC).
Por fim, outro fator a se considerar são os transtornos provocados pela abstinência, ou seja, pela supressão do vício.
E o que acontece quando a pessoa para de fumar?
Embora as condições de saúde melhorem imediatamente, alguns sintomas podem surgir entre aqueles que fumavam em grande quantidade e param de fumar sem acompanhamento médico. Nesse caso, é possível que o cidadão desenvolva a chamada “fissura”, que pode vir acompanhada de ataques de pânico, irritação e oscilações repentinas de humor.
Por isso, dependendo da extensão da dependência, o mais indicado é que o interessado procure ajuda para reduzir gradualmente o uso de nicotina para minimizar os efeitos da abstinência do cigarro. É importante lembrar que a abstinência, embora provoque alguns sintomas desagradáveis, dura pouco tempo.
Além disso, qualquer que sejam as consequências do fim da dependência, nada se iguala aos danos enormes provocados por esse mal que ainda mata 7 milhões de pessoas anualmente em todo o mundo.