Quais são as consequências do uso excessivo de mídias sociais?

As mídias sociais ou redes sociais já fazem parte do dia a dia das pessoas. No entanto, isso tem influenciado o comportamento físico e psicológico de alguns indivíduos, pois o uso excessivo dessas mídias é frequente. 

Quais são os problemas mais comuns do uso em excesso nas redes sociais?

Dependência: Um dos problemas mais comuns é a dependência. Isso ocorre porque as pessoas sentem a necessidade de estar sempre verificando novas notificações e interagindo com seus relacionamentos na rede. Esse comportamento muitas vezes atrapalha o foco no trabalho, nos estudos e até nas relações familiares e de amizade.

Isolamento: Ao mesmo tempo que as redes sociais podem aproximar as pessoas, elas também podem facilmente distanciar as conexões. Antes do uso frequente das mídias, era comum ligar para alguém ou realizar encontros presenciais. Hoje, com o uso das plataformas, o sentimento de desconexão tem aumentado, causando muitas vezes o isolamento dos indivíduos.

Depressão e ansiedade: Pesquisas, como a do Journal of Social and Clinical Psychology, já revelaram a relação entre o uso de mídias sociais e a diminuição do bem-estar. Sentimentos como a comparação entre a vida dos colegas ou o cyberbullying – bullying no ambiente virtual – afetam negativamente a saúde mental das pessoas.

Distúrbios do sono: O uso da luz azul presente em telas, como smartphones, tablets e televisões, interfere na qualidade do sono, prejudicando o ciclo circadiano e dificultando o alcance de um sono de qualidade. 

O ciclo circadiano regula as rotinas biológicas que nos permitem realizar atividades diárias, influenciando aspectos como níveis de hormônios, frequência cardíaca, relógio corporal e outros. Em outras palavras, o uso de telas antes de dormir pode afetar o estado de sono e vigília, dificultando uma noite de sono adequada.

Baixo desempenho no trabalho e nos estudos: Já mencionamos anteriormente como o uso excessivo das mídias prejudica o foco e a concentração. A dedicação constante às redes sociais diminui a produtividade e a capacidade do indivíduo de se concentrar em tarefas importantes no ambiente profissional e acadêmico.

O Instituto Federal de Educação (IFF) já demonstrou em pesquisa que esse desempenho está muito relacionado a problemas como o excesso de tempo conectado à redes sociais ou à dispersão de estar ouvindo música enquanto assiste às aulas. Além disso, o baixo desempenho está muito ligado à sonolência, pois muitos desses alunos têm dificuldades ao fazer a higiene do sono e se desconectar das redes à noite. 

Problemas de autoimagem e baixa autoestima: Constantemente acompanhamos influenciadores e celebridades que compartilham suas vidas diariamente. Essa fragmentação de pequenas partes da vida, exibindo corpos “perfeitos” e uma vida social sem problemas, está associada a um status de sucesso social que gera comparação e um sentimento de impotência na capacidade de corresponder a certos padrões, impactando até mesmo na percepção de como nos enxergamos como indivíduos na sociedade.

Como saber se estou viciado em redes sociais?

A identificação de um vício, inclusive do uso de mídias sociais, deve ser feita por um profissional especializado, como um psicólogo ou terapeuta. No entanto, alguns sinais indicam um uso inadequado. Procure ajuda quando sentir:

Compulsão: Sentir um desejo incontrolável de conferir as redes sociais, mesmo sem um objetivo específico.

Perda de controle: Ter a sensação de perda de controle e dificuldade em medir ou controlar o tempo dedicado às redes sociais. Esse descontrole afeta atividades importantes e ultrapassa os limites que você havia imposto para o uso.

Sintomas de abstinência: Experimentar sentimentos como ansiedade, mau humor e desconforto quando há tentativa de reduzir o uso ou tentar a ausência das redes por um período determinado.

Escape da realidade: Utilizar as plataformas como uma fuga das situações cotidianas da vida ou como forma de evitar lidar com as emoções individuais.

Preocupação excessiva: Sentir ansiedade e preocupação excessiva em relação à seguidores, comentários e reputação nas redes sociais.

Isolamento: Dar preferência às interações nas redes sociais em vez do convívio com familiares e amigos. Passar muito mais tempo online do que em interações sociais no dia a dia.

Tolerância: Aumento do tempo dedicado às redes. Ou seja, sentir a necessidade de passar cada vez mais tempo interagindo com seguidores, postando conteúdos e compartilhando algo nas mídias sociais.

Existe uma quantidade recomendada de tempo para passar nas redes sociais?

Não existe um tempo ideal para o uso das redes sociais, pois as necessidades variam de acordo com o trabalho e outros fatores. No entanto, especialistas recomendam que o uso não prejudique outros aspectos da vida, como o trabalho, os estudos e os relacionamentos. 

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por exemplo, já atualizou algumas de suas recomendações para o uso de telas para crianças e adolescentes. Entre as principais recomendações estão:

  • Evitar o uso de telas para crianças menores de 2 anos;
  • Limitar o tempo de uso a 1 hora para crianças entre 2 e 5 anos; 
  • Desconectar das telas durante as refeições e evitar o uso de telas uma hora antes de dormir; 
  • Limitar o tempo de tela de 2 a 3 horas para idades entre 11 a 18 anos.

Quais são as estratégias para reduzir o tempo gasto nas redes sociais?

Reduzir o tempo gasto nas redes sociais pode ser um desafio, mas é algo que precisa ser feito. Siga algumas recomendações, como: definir limites de tempo, monitorar o tempo gasto com as redes, desativar notificações, substituir o tempo ocioso e envolver-se em outras atividades sociais.