A Organização Mundial da Saúde divulgou uma nova diretriz sobre o uso de adoçantes, o que provavelmente irá movimentar os hábitos alimentares de muita gente. Veja o por que:
Segundo as informações divulgadas, os adoçantes (aspartame, stevia, sucralose, sacarina e derivados), contrariamente do que se acreditava, não devem ser consumidos com o objetivo de obter emagrecimento ou para evitar a diabetes. Os mesmos devem ser usados apenas por indivíduos que já possuem diabetes pré-existente (diabetes tipo 1) e em quantidades mínimas.
A OMS chegou a esse resultado após diversas pesquisas científicas apontarem que o uso de adoçantes não reduz a gordura corporal ou pode prevenir doenças como diabetes, câncer, doenças cardiovasculares e AVCs. Além disso, existem outros indícios de que o uso de adoçantes pode estar associado ao aumento do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já se posicionou a respeito do tema e informou que a diretriz será avaliada junto ao Ministério da Saúde e órgãos não governamentais.
Dentro da recomendação diária estabelecida por um profissional, seguem algumas recomendações de uso moderado:
Fonte: Dianna Ruffato Nutricionista
Como os adoçantes agem no cérebro?
Os adoçantes ativam os receptores de sabor doce na língua e enviam sinais ao cérebro, indicando que algo doce foi consumido. Esses sinais ativam as vias de recompensa do cérebro, que dão a sensação de prazer.
Por possuírem pouca ou nenhuma caloria, esses alimentos enganam o cérebro, podendo atingir a regulação do apetite e a sensação de saciedade, o que pode levar ao aumento da ingestão calórica e ao ganho de peso.
Outros fatores também são atribuídos ao uso de adoçantes, como o impacto na microbiota intestinal, já que eles podem alterar a diversidade e composição da microbiota intestinal, influenciando na saúde digestiva e no sistema imunológico.
O uso de adoçantes deve sempre ser prescrito por um profissional, que avaliará as necessidades específicas de cada pessoa.
Qual é a diferença entre adoçantes artificiais e adoçantes naturais?
Esses dois tipos de adoçantes têm como principal diferença a origem e a composição. Confira abaixo alguns exemplos:
Adoçantes artificiais: Os adoçantes artificiais têm suas substâncias sintetizadas em laboratório e tem a finalidade de adoçar com muito menos calorias presentes no açúcar. Esse tipo de adoçante é muito utilizado em produtos dietéticos e de baixa caloria. Entre os adoçantes artificiais estão o aspartame, a sacarina e o ciclamato.
Adoçantes naturais: Os adoçantes naturais são extraídos de fontes vegetais e de insetos com a abelha e possuem um processamento mínimo. Esses alimentos são encontrados em produtos com rótulos de “sem açúcar” ou “naturalmente adoçados”. Entre os adoçantes naturais estão a stevia, o eritritol e o xilitol.
Qual a diferença entre adoçante de mesa e adoçante dietético?
As diferenças entre esses dois tipos de adoçantes estão na composição e finalidade de uso.
Adoçante de mesa: Esse tipo de adoçante é usado para substituir o açúcar em alimentos e bebidas e possui diversos formatos: tablets, líquido, comprimidos e pó. Sua fórmula indica que deve ser usado para limitar a ingestão de calorias, mas podem elevar os níveis de glicose no sangue.
Adoçante dietético: O produto é recomendado para pessoas com restrições alimentares específicas, entre eles pessoas que têm Diabetes Mellitus. O adoçante dietético possui doçura, mas sua fórmula indica que não eleva os níveis de glicose. Sua composição utiliza sobretudo o uso de adoçantes artificiais.
Qual é a quantidade recomendada de consumo de açúcar?
De acordo com a OMS, o consumo de açúcar livre (adicionado a alimentos), deve ser restrito a menos de 10% das calorias totais diárias. A organização ainda recomenda que, para que sejam obtidos níveis benéficos adicionais para a saúde, esse percentual seja reduzido para 5% das calorias totais ingeridas diariamente.
O Ministério da Saúde afirma ainda que os brasileiros consomem cerca de 50% a mais de açúcar do que o recomendado pela OMS. Ou seja, um consumo diário de 18 colheres de chá, aproximadamente 80g por dia, quando o recomendado para adultos seria de 12 colheres de chá do produto.
É mais recomendado obter açúcar a partir de alimentos que já o contenham, pois eles também são acompanhados de nutrientes importantes para o corpo. A quantidade ideal deve ser indicada sempre por um profissional que avaliará as necessidades individuais de cada pessoa.
O consumo de açúcar está relacionado a doenças como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares?
Sim, o consumo excessivo de açúcar está relacionado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. Essa informação é do Ministério da Saúde, que também alerta para um maior risco de desenvolver obesidade e cárie dentária.
Quais são os efeitos do consumo excessivo de açúcar no organismo?
O consumo excessivo de açúcar provoca diversos efeitos negativos no organismo. Entre os principais estão o ganho de peso e a obesidade, a resistência à insulina e o surgimento do diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, aumento do risco de doenças metabólicas, aumento de cáries dentárias e aumento do risco de doenças hepáticas.
Esses são apenas um dos riscos do consumo excessivo de açúcar no organismo. Por isso, é essencial priorizar o uso de alimentos saudáveis e nutritivos para uma alimentação mais equilibrada. Entre as alternativas para substituir o açúcar estão o uso do mel, frutas frescas e especiarias.