Alopecia androgenética: o que é? 

No último domingo (27), durante a cerimônia do Oscar, uma agressão do ator Will Smith surpreendeu todos os convidados. O fato ocorreu após o comediante Chris Rock fazer uma piada com a atriz e esposa do ator Will Smith, Jada Pinkett Smith, que sofre de alopecia. 

A atriz Jada Pinkett Smith tem alopecia areata, uma doença autoimune no qual as células do corpo reagem e atacam os próprios tecidos. A doença provoca a queda dos cabelos, assim como os pelos da barba, cílios e períneo, região próxima dos órgãos genitais. 

As principais causas da alopecia estão relacionadas à hereditariedade, problemas genéticos, estresse, dermatite seborreica, reação a medicamentos e doenças autoimunes. 

A alopecia é uma doença genética que faz com que os fios cresçam cada vez mais finos e provoca a calvície. Apesar da doença manifestar-se na adolescência, é mais aparente na maior parte dos casos a partir dos 40 anos, segundo informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). 

Quais são os tipos de alopecia?

Os tipos mais frequentes de alopecia são a alopecia androgenética, a alopecia areata e a alopecia por tração. Na primeira, as causas têm origem em uma predisposição genética, já no segundo tipo a alopecia costuma atingir parte do couro cabeludo ou outras partes do corpo. Embora a doença atinja as mulheres, ela é mais comum nos homens devido a presença dos hormônios sexuais masculinos, sobretudo da testosterona. 

Já na calvície androgenética, estudos apontam que a doença está relacionada a um subproduto da testosterona, chamado de di-hidrotestosterona (DHT), capaz de influenciar o ciclo folicular. 

Apesar da doença atingir homens e mulheres, ela apresenta diferenças na queda de cabelo. Na calvície masculina, a queda é mais comum na parte frontal da cabeça, popularmente conhecida como entradas. Já nas mulheres, a calvície feminina costuma manifestar-se na região superior da cabeça. 

Outro tipo comum é alopecia por tração, ocasionada pela escovação excessiva, alguns penteados e extensões capilares, além do uso de alisantes e permanentes que deixam os fios mais finos e frágeis. A doença manifesta-se geralmente em crianças e mulheres e apresenta vermelhidão, coceira, descamação e até a presença de pus no couro cabeludo. 

Segundo a SBD, é fundamental que os pais evitem esse tipo de tração no cabelo das crianças, que em alguns casos provoca a inflamação e perda irreversível da saúde do cabelo. 

Quais os sintomas de alopecia androgenética?

O sintoma mais comum de alopecia é o afinamento dos fios dos cabelos, e aos poucos vai se percebendo um couro cabeludo com mais falhas. A maior parte das pessoas com a doença perde muitos fios, que podem chegar até 100 fios por dia, os quais costumam aparecer durante o banho, ao acordar ou pentear os cabelos. 

Diagnóstico 

A forma mais indicada para descobrir o diagnóstico de alopecia é por meio de uma anamnese completa – entrevista realizada em consultório que identifica a origem dos sintomas e da doença. 

A alopecia areata tem cura? 

No tratamento da alopecia areata, a principal finalidade é fazer com que haja um retardamento da queda dos cabelos e a cobertura das falhas do couro cabeludo. As recomendações médicas variam de acordo com cada paciente e estágio da doença, mas em alguns casos é solicitado a retirada de alguns medicamentos da rotina, dieta prescrita de acordo com as deficiências nutricionais, suplementação vitamínica, acompanhamento da glicose e avaliação de aspectos hormonais. 

Tratamentos para alopecia androgenética

Após a consulta com um médico dermatologista, alguns dos medicamentos citados podem ser indicados para o tratamento da doença. 

Para complementar o tratamento, um especialista indicará xampus com efeitos coadjuvantes ou até o procedimento de transplante capilar, dependendo do caso diagnosticado.

Importante destacar que o tratamento para homens e mulheres difere em alguns casos, considerando aspectos como a pré-menopausa e pós-menopausa, por exemplo. 

Fases do fio de cabelo 

Para entender a alopecia, é importante analisar as fases do fio de cabelo. No vídeo “Testosterona e queda de cabelo”, o Dr. Wilson Della Paschoa Jr., especialista em andrologia e nutrologia, explica que o fio tem três fases. 

A fase anágena é responsável pelo crescimento do pelo e dura de quatro a seis anos. Na fase catágena, o fio dura de 15 a 20 dias e, após isso, para de crescer. E por último, a fase telógena, na qual o pelo dura dois ou três meses e em seguida ocorre a queda dos fios. 

Os hormônios sexuais masculinos influenciam na queda dos fios porque provocam a miniaturização dos fios, deixando-os mais finos e enfraquecendo o folículo piloso. 

Consulte um profissional 

A automedicação não é aconselhada em nenhum dos casos. A recomendação de um fármaco que apresentou resultados para uma pessoa, pode prejudicar o diagnóstico de outra, visto que vários aspectos são considerados para o tratamento. Consulte sempre um profissional em caso de algum dos sintomas apresentados.