O que é a anedonia?

A anedonia caracteriza-se pela ausência de prazer ou interesse em atividades que antes eram prazerosas para o indivíduo. A anedonia em si não é considerada uma doença, mas sim um sintoma associado a transtornos como depressão, esquizofrenia, transtorno de ansiedade e Parkinson.

Quais são as causas?

As causas da anedonia são multifatoriais, o que significa que está relacionada a diversos fatores que contribuíram para o seu desenvolvimento. Portanto, ela pode estar ligada a aspectos biológicos, psicológicos e até ambientais, levando a pessoa a apresentar esse sintoma.

Fatores biológicos

Os neurotransmissores no cérebro desempenham uma função fundamental na regulação do humor, comportamento e diversas funções fisiológicas. O problema surge quando ocorrem desequilíbrios químicos capazes de interferir na comunicação desses neurotransmissores, contribuindo assim para o surgimento de alguns sintomas, incluindo a anedonia.

Fatores genéticos

De acordo com a Organização Pan-americana da Saúde, a genética é um dos fatores que podem estar relacionados ao desenvolvimento de transtornos mentais. No entanto, isso não é um fator isolado, já que a maioria das doenças tem origem multifatorial e está relacionada a diversos aspectos da vida da pessoa.

Traumas

Experiências traumáticas ou estressantes também estão entre as causas que levam alguns indivíduos a sentir anedonia. Isso ocorre porque o estresse crônico, a exposição prolongada a atividades estressantes, exerce grande impacto na saúde mental, afetando o comportamento, o humor, o sono e a concentração.

Condições médicas

Doenças crônicas, transtornos mentais, distúrbios hormonais e condições neurológicas são outras causas capazes de interferir e influenciar no desenvolvimento da anedonia, afetando a capacidade de sentir interesse ou prazer nas atividades do dia a dia.

Medicamentos

Medicamentos utilizados para tratar quadros depressivos são um dos fatores colaterais que podem contribuir para o sintoma da anedonia. Isso pode ocorrer porque os tratamentos, na maioria das vezes, concentram-se em abordar os processos cerebrais ligados à depressão, por exemplo, mas não à anedonia. É importante destacar que, embora a anedonia seja um sintoma frequente nos quadros de depressão, nem todas as pessoas depressivas irão desenvolver esse sintoma.

Qual é a diferença entre anedonia social e física?

A anedonia manifesta-se de formas diferentes, sendo duas formas muito comuns: anedonia física e social. Elas podem ocorrer isoladamente ou simultaneamente. Além disso, a anedonia pode variar em intensidade, apresentando quadros leves, intensos e até a fase mais preocupante, que é a incapacidade de sentir satisfação em diversas áreas da vida.

  1. Anedonia social: O indivíduo não sente prazer nas conexões sociais. Por isso, interações, relacionamentos e qualquer tipo de interação são tão difíceis. Eles se sentem distantes, isolados e têm muita dificuldade em sentir prazer nessas relações sociais, o que os leva a evitar constantemente qualquer atividade que envolva outras pessoas.
  2. Anedonia física: Na anedonia física, é comum não sentir prazer em atividades físicas, sejam elas hobbies, exercícios ou qualquer outra atividade sensorial. A ausência de prazer e interesse nas atividades que antes eram prazerosas torna-se muito frequente.

Qual é a diferença entre anedonia e distimia?

A anedonia não é considerada uma doença, mas sim um sintoma que pode estar relacionado a outras condições médicas. Por outro lado, a distimia é um transtorno depressivo crônico, sendo considerada uma forma de transtorno depressivo persistente. Na distimia, o indivíduo apresenta mais sintomas depressivos do que apenas a ausência de prazer e interesse. A duração do problema pode persistir por longos períodos, acompanhada de sentimentos como baixa autoestima, dificuldades de concentração, problemas para dormir e alterações no apetite.

Diagnóstico

O diagnóstico de anedonia deve ser feito por um profissional de saúde mental, entre eles um psiquiatra ou psicólogo. Durante a consulta, o profissional avaliará diversos aspectos da vida do paciente, incluindo a avaliação dos sintomas, a duração dos sintomas, o histórico médico e psicossocial, a exclusão de outras condições médicas e uma entrevista clínica para coletar informações importantes para o tratamento.

A anedonia pode ser tratada?

Sim, a anedonia tem tratamento, especialmente quando está relacionada a outras condições médicas. O tratamento da anedonia visa tratar as causas subjacentes do sintoma e, consequentemente, restaurar a capacidade do indivíduo de se interessar novamente pelas atividades do dia a dia.

No tratamento da anedonia, diversas abordagens são utilizadas pelo profissional de saúde. No entanto, qualquer recomendação médica considerará o histórico do paciente, a gravidade e a recorrência dos sintomas.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou terapia de aceitação e compromisso (ACT) podem ser incluídas no tratamento. Essas abordagens avaliam aspectos como padrões comportamentais e desenvolvem habilidades e estratégias para reavivar o interesse em atividades.

A medicação também pode ser necessária em alguns casos, já que certos medicamentos auxiliam na regulação de neurotransmissores importantes para a regulação do humor, sono, apetite e outros processos cognitivos.

Além disso, mudanças no estilo de vida são fundamentais no tratamento da anedonia. A prática regular de atividade física, mindfulness, meditação e o estabelecimento de pequenas metas podem contribuir para a melhora dos sintomas. Ainda que o indivíduo não sinta prazer ou interesse em iniciar essas atividades, aos poucos, o sentimento de realização pode gradualmente contribuir para uma melhora significativa dos sintomas.